sexta-feira, 22 de junho de 2012

Inauguração do novo aeroporto de Berlim é adiada para março

Prefeito de Berlim diz que haverá um atraso de ao menos dez meses para a inauguração do novo aeroporto da capital alemã. A abertura estava prevista para o início de junho.

O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, anunciou nesta quinta-feira (17/05) que a inauguração do novo aeroporto internacional da cidade, inicialmente prevista para 3 de junho, passou para março de 2013.

Há alguns dias, preocupações com segurança postergaram a abertura do aeroporto, após as autoridades constatarem deficiências nas medidas de prevenção a incêndios. Inicialmente o governo de Berlim havia dito que o atraso seria de dois a três meses.

Wowereit, que é também chefe do conselho de administração do aeroporto, decidiu em reunião, nesta quarta-feira, demitir o chefe de planejamento da obra, Manfred Körtgen, a partir de 1º de junho.

O aeroporto, que levará o nome do ex-chanceler federal e ex-prefeito de Berlim Willy Brandt, está sendo construído sobre o atual aeroporto Schönenfeld, localizado a sudeste da cidade, na antiga Alemanha Oriental. A nova unidade irá assumir as operações do aeroporto de Tempelhof, já fechado, e do aeroporto de Tegel, localizado ao norte de Berlim e que deve encerrar suas operações em breve.
 
Prejuízos

Até o momento não foi divulgado o valor do prejuízos causados pelos atrasos. A companhia aérea Air Berlim é uma das mais atingidas. A empresa, que tem sede em Berlim, usa a capital alemã como hub (centro de conexão) para os seus voos.

"Não estamos sofrendo só economicamente, mas o nosso hub está sendo prejudicado", disse o presidente da empresa, Hartmut Mehdorn, nesta quinta-feira.

Quando finalizado, o aeroporto terá uma capacidade inicial de 27 milhões de passageiros por ano, com previsões de chegar aos 50 milhões gradualmente.

O aeroporto é também motivo de controvérsias, já que os moradores das proximidades temem a poluição sonora dos aviões.

KR/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: http://www.dw.de/dw/article/0,,15957851,00.html

Abertura do novo aeroporto de Berlim é adiada pela segunda vez

Com regras de segurança mais rígidas, o novo aeroporto ainda precisa finalizar procedimentos de segurança contra incêndio. Companhias aéreas pedem uma data certa para a inauguração.

A inauguração do aeroporto Willy Brandt, em Berlim, foi adiada pela segunda vez em um ano. Inicialmente, ele seria aberto em outubro de 2011. A segunda data prevista, junho próximo, foi cancelada nesta terça-feira (08/05) devido a atrasos no sistema de segurança contra incêndio.

A nova data ainda não foi divulgada, mas provavelmente será no mês de agosto. "Este não é um dia bom para o aeroporto", admitiu o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit. Empresários foram mais diretos, chamando o adiamento de "constrangimento" para a cidade.

Segundo as autoridades de tráfego aéreo, as empresas aéreas precisam corrigir seus planos de voos, já que alguns bilhetes foram emitidos. De acordo com Rainer Schwarz, diretor de operações do aeroporto, todos os voos marcados para junho serão transferidos para os outros dois velhos aeroportos da capital alemã.

Algumas regras de segurança foram reforçadas na Alemanha, desde que um incêndio causou a morte de 17 pessoas no aeroporto de Düsseldorf, em 1996.

O novo aeroporto de Berlim será o terceiro maior do país e será capaz de receber 27 milhões de passageiros anualmente, quase a metade do que recebe o aeroporto de Frankfurt.

KR/ape/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte: http://www.dw.de/dw/article/0,,15936771,00.html

Construção civil na Alemanha enfrenta sérios problemas

Os custos aumentam vertiginosamente, prazos de entrega não são cumpridos, os resultados deixam a desejar. O novo Aeroporto de Berlim é apenas um exemplo da difícil situação pela qual passa a construção civil na Alemanha.

Os alemães são esforçados, pontuais e trabalhadores. O que eles pegam para fazer, acaba funcionando. Essa é pelo menos a fama do povo do país, embora nem sempre corresponda à realidade. Muitos projetos de grande porte mostram que na Alemanha também acontecem coisas que são normalmente consideradas típicas de outros lugares: falta de cumprimento de prazos, estouros de orçamentos de tal forma que os projetos não podem mais ser concluídos, falcatruas e corrupção.

Vide o exemplo da Estação Ferroviária Central de Berlim, que deveria ter custado 300 milhões de euros, mas acabou onerando os cofres públicos, no fim, em nada menos que 1,2 bilhão de euros. Ou o novo Aeroporto de Berlim, cujas obras estão há mais de um ano para serem concluídas, com custos cada vez maiores. Não se pode mais confiar na construção civil alemã?

Não é esse o caso, diz Peter Tzeschlock, presidente da Drees e Sommer, empresa internacional de consultoria a empreiteiras. Segundo ele, uma das principais razões para as panes na construção civil está no fato de que há anos as obras não vêm sendo mais executadas por uma empreiteira principal, que assume a coordenação dos projetos, mas sim por diversas pequenas firmas. No caso de projetos grandes, o número delas pode chegar a 100. E coordenar os pontos de ligação entre todas as empresas é um grande desafio, completa Tzeschlock.

"Quando se consegue executar essa tarefa bem, os potenciais de otimização de custos são de 20 a 30%", diz o consultor. No caso de projetos de grande porte, com altos volumes de investimento, isso pode significar somas gigantescas. "O risco é de que a empreteira principal tenha que assumir mais responsabilidades. No caso de projetos que não funcionam bem, com muita pressão de prazo e custos, vemos sempre a mesma coisa: que a coordenação entre as diversas pequenas empresas não funcionou", conclui Tzeschlock.
Filarmônica de Hamburgo: problemas com licitações desde o início das obras, agora emperradas
Mudanças posteriores são comuns

Além de todas essa razões organizacionais, mudanças de desejo dos clientes durante o processo de construção costumam fazer com que o orçamento venha a estourar, diz Volker Cornelius, presidente da Federação de Consultoria em Engenharia. Estas mudanças não custam apenas tempo, mas acabam também aumentando de maneira desnecessária as despesas com as obras.

"É quando fica claro que as empreiteiras, que ganharam antes o edital e assumiram a obra, são criativas e tentam fazer de tudo para cobrir os custos das mudanças posteriores, movimentando os valores baixos inseridos originalmente nos orçamentos", fala Cornelius.

"Omitindo os custos reais…"

O fato de as empreiteiras calcularem de início custos muito baixos tem a ver com as licitações. Clientes públicos são obrigados a aceitar "a oferta mais em conta", diz Cornelius. Caso contrário, são forçados a entregar aos respectivos departamentos públicos longas justificativas do motivo que os levou a preferir uma oferta mais cara.

Franz Josef Schlappka, consultor da área de construção civil, diz que muitas empreiteiras propõem propositalmente custos mais baixos que os reais, a fim de ganhar as licitações. "Pois se colocarem os custos de fato, corre-se o risco de que o projeto possivelmente nem seja realizado. E quem tem interesse na realização do projeto vai ficar calado em relação aos custos que evidentemente não correspondem à realidade", analisa Schlappka.

Essas mudanças não aumentam apenas os custos, mas trazem também outros riscos, lembra Tzeschlok. Pois quando pairam ameaças de prorrogação de prazos, é porque já se tentou de tudo para manter a agenda inicial. "Ou seja, no fim acaba-se fazendo uma gambiarra, pois tenta-se manter o prazo previsto a qualquer custo, embora isso não seja viável. E a qualidade cai extremamente", completa o consultor.
 Saldo de dois mortos e prejuízos enormes: o desmoronamento do Arquivo Histórico de Colônia

Influência sobre negócios fora do país

Em muitos casos, os resultados não são apenas ruins do ponto de vista da qualidade, mas envolvem ações criminosas. No caso do desmoronamento do Arquivo Histórico Municipal de Colônia, cidade situada no oeste alemão, duas pessoas morreram, porque foi usado material incorreto na construção de um metrô.

Mas apesar destes exemplos ruins, do aumento de custos, da falta de cumprimento de prazos e até da criminalidade da construção civil, o setor continua gozando de boa fama no exterior, diz Tzeschlock. Segundo ele, a imagem da engenharia alemã, bem como as virtudes supostamente típicas alemãs da confiabilidade, comprometimento e também transparência no trabalho são aspectos dos quais as empresas alemãs no exterior continam tirando proveito.

"A corrupção da forma como infelizmente existe na Alemanha se dá em dimensões praticamente ignoradas no exterior. Nunca abordam esse assunto conosco. E olha que trabalhamos muito fora do país", observa Tzeschlock.

Autora: Insa Wrede (sv)
Revisão: Carlos Albuquerque

Fonte: http://www.dw.de/dw/article/0,,16043554,00.html?maca=bra-uol-all-1387-xml-uol

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Corrupção agrava crise na zona do euro, diz ONG Transparência Internacional

Saiu no Opera Mundi
 
No relatório, a organização denuncia a falta de transparência na tomada de decisões e no financiamento de partidos políticos


A corrupção e a falta de transparência na Europa, principalmente em alguns países da zona do euro, agravam os impactos da crise econômica internacional, avaliou a ONG Transparência Internacional em relatório divulgado nesta quarta-feira (06/05) em Bruxelas, na Bélgica. Para a ONG, a situação é mais grave na Grécia, Itália, em Portugal e na Espanha.

“Nesses países, a corrupção consiste com frequência em prática legais, mas pouco éticas, resultado de regras de lobby opacas, tráfico de influência e relações muito estreitas entre o setor público e o privado”, diz o relatório denominado Dinheiro, Poder e Política: Os Riscos da Corrupção na Europa.
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No relatório, a organização denuncia a falta de transparência na tomada de decisões e no financiamento de partidos políticos. Dos 25 países analisados, 19 ainda não dispõem de normas para regular as atividades de lobby e apenas dez proíbem completamente o financiamento não declarado de partidos políticos.

A ONG apela para que os parlamentares europeus reforcem a transparência das atividades de lobby e de financiamento das campanhas eleitorais. “Na Europa, o número de instituições que caracterizam uma democracia e permitem a um país lutar contra a corrupção é mais frágil do que imaginamos”, disse o diretor da Transparência Internacional, Cobus de Swardt. “Esse relatório expõe questões preocupantes em um momento em que a Europa necessita de uma cultura política de transparência para sair da crise econômica”.

O documento menciona ainda pesquisas de opinião pública que mostram que a preocupação com corrupção predomina entre os europeus. No estudo, a ONG  identificou apenas três países que protegem os cidadãos que denunciam casos de corrupção.

A Dinamarca, Suécia e Noruega são os países que mais se protegem contra a corrupção. Porém, em  20 países europeus existem vários obstáculos para que as pessoas possam acessar informações de caráter público.

*Com informações da emissora pública de rádio, RFI