Saiu no IG
Passageiros relataram condições deploráveis de higiene no cruzeiro Carnival Triumph; embarcação ficou avariada após um incêndio na sala de máquinas
Kristina Courson, de Paris,
Texas, é abraçada por Jamie Hilliard, de Denison, Texas, após
desembarcar do cruzeiro Carnival Triumph, em Mobile
Um navio de cruzeiro que estava à deriva há cinco dias
chegou rebocado na noite de quinta-feira (14) ao porto de Mobile, no
Alabama, acabando com o pesadelo de 4 mil passageiros. A embarcação
ficou avariada após um incêndio na sala de máquinas no domingo e
passageiros relataram uma odisseia de banheiros transbordando, falta de
alimentos e odores desagradáveis.
Os passageiros a bordo do navio Carnival Triumph, de 14 andares, começaram a desembarcar a partir das 21h15 no horário local (0h15 de sexta em Brasília), alguns em cadeiras de rodas e outros empurrando sua própria bagagem. Ambulâncias aguardavam na plataforma de desembarque. Alguns passageiros dançavam em comemoração e tiravam fotos no porto.
O desembarque foi concluído a 1h15 de sexta-feira (4h15
em Brasília). Para Brittany Ferguson, 24 anos, do Texas, ficar sem saber
quanto tempo ficariam à deriva foi a pior parte. "Eu estou me sentindo
ótima só de estar vendo terra e prédios", disse. "A parte mais
assustadora era não saber quando íamos voltar."
Levou seis horas para que o navio conseguisse atravessar o
canal de navegação de aproximadamente 48 km em direção ao cais. Foram
necessários quatro rebocadores para guiar o navio de 274 metros de
comprimento, o maior desse tipo que já atracou no porto de Mobile, o
único do Estado.
Passageiros a bordo descreveram, por meio de mensagens de
texto, as condições precárias a que foram submetidos enquanto estavam à
deriva. Nauseados pela falta de ar e pelo calor nos primeiros andares,
muitos arrastaram colchões e lençóis para o último andar do navio e
dormiram lá, apesar da chuva.
"Hoje eles limparam o navio, estão servindo comida
melhor, basicamente disfarçando a realidade, mas ao menos estão fazendo a
situação mais suportável", disse Kalin Hill, de Houston, que estava no
navio para uma festa de solteira.
Ônibus levavam passageiros a uma viagem de cerca de sete
horas até a cidade de Galveston, no Texas, ou Houston, ou ainda de duas
horas até Nova Orleans. Alguns também ficaram em Mobile. "É
inacreditável que eu estava naquele navio nessa manhã e agora estou
pegando um ônibus", disse Kirk Hill.
Por mensagem de texto, ela descreveu condições
deploráveis vividas dias antes: "Os andares mais baixos são os piores, o
chão gruda enquanto você anda e muitos dos quartos estão alagados",
escreveu. "O cheiro é literalmente de doer. Há urina e fezes pelo chão. O
chão está inundado com esgoto."
O presidente da Carnival Gerry Hill pediu desculpas em
uma coletiva. "Eu agradeço a paciência de nossos convidados e sua
habilidade para cooperar com a situação. E eu gostaria de reiterar o
pedido de desculpas feito mais cedo. Eu sei que as condições à bordo têm
sido precárias", disse. "Nos orgulhamos de dar aos nossos passageiros
férias incríveis, e, claramente, falhamos nesse caso em particular."
Renee Shanar, de Houston, estava à bordo com seu marido,
que, segundo ela, tem problemas no coração. Eles foram avisados pela
equipe que seriam os primeiros a desembarcar. "Eu não acredito neles.
Eles têm mentido para gente desde o começo", disse.
O sol se põe enquanto o cruzeiro Carnival Triumph era levado ao porto de Mobile, no Alabama
Ninguém ficou ferido no incêndio, mas um passageiro com
um problema de saúde foi retirado do navio por precaição. Além disso, a
guarda costeira disse em comunicado nesta quinta-feira que retirou um
passageiro que teria sofrido um derrame.
Os passageiros terão um reembolso de 100% e descontos em
cruzeiros, e a Carnival anunciou na quarta-feira que iria dar um
adicional de US$ 500 em compensação.
Com AP
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