Um dos comissários responsáveis por gastar mais de 4 milhões de dólares em uma conferência de três dias na Califórnia, em 2010, disse que a agência não soube avaliar quais investimentos deveriam ser priorizados
O comissário de pequenos negócios do IRS, Faris Fink
(Jason Reed/Reuters)
Após o escândalo de perseguição
a grupos conservadores e opositores do presidente Barack Obama, o
Internal Revenue Service (IRS) precisou se desculpar nesta quinta-feira
por desperdiçar
mais de 4 milhões de dólares em uma conferência de três dias na
Califórnia, em 2010. Em uma audiência realizada no Congresso, o
comissário de pequenos negócios do IRS, Faris Fink, disse que a agência
aprendeu com os erros e amadureceu após as denúncias contra os
injustificáveis gastos com seus funcionários.
“Temos um ambiente de trabalho totalmente diferente agora”, afirmou
Fink aos congressistas. “Muitas das despesas que foram contraídas
deveriam ter sido analisadas com mais afinco ou descartadas”,
acrescentou. Os gastos aos quais Fink se refere foram listados pelo
Tesouro em um relatório divulgado na última terça-feira. O documento
aponta que o IRS reservou suítes presidenciais em hotéis de luxo em
Anaheim, pagou 27 500 dólares a um palestrante e outras dezenas de
milhares em presentes aos 2 000 participantes da conferência. Os
funcionários eram recepcionados com coquetéis e brindes como canetas
entalhadas em madeira.
Fink ainda precisou se desdobrar para explicar o pagamento de pelo
menos 50 000 dólares em dois vídeos divulgados na conferência.
Perguntado sobre qual era a real intenção do IRS em produzir filmagens
de funcionários dançando ou atuando em uma paródia do filme “Star Trek”,
o comissário declarou que esta era “uma tentativa bem-intencionada de
usar humor para abrir a conferência”. Ele, contudo, se arrependeu de ter
autorizado e até atuado como o personagem “Spock” nas filmagens. “O
fato é que estas produções são constrangedoras, embaraçosas. Eu estou
arrependido por elas terem sido feitas”, emendou Fink, que, mesmo com os
abusivos desperdícios, foi promovido em 2011 para o seu atual cargo.
A comissão organizada pelo Congresso investiga os gastos de 49 milhões
de dólares do dinheiro do contribuinte em 225 conferências realizadas
entre 2010 e 2012. O novo chefe da receita americana, Daniel Werfel,
antecipou a informação que seria revelada pela auditoria, e já pediu
desculpas, para tentar minimizar os danos. Uma tática semelhante à usada
por seu antecessor no cargo, Steven Miller,
que, na tentativa de abafar o escândalo da perseguição a grupos não
alinhados ao governo, antecipou a informação – em vão. No pedido de
desculpas, no fim de semana, Werfel classificou os gastos como “um
vestígio infeliz de uma era anterior” e acrescentou que o Fisco reduziu
significativamente os gastos com eventos recentemente.
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